quarta-feira, 14 de outubro de 2009

-




















Clarisse está trancada no banheiro e faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete. Deitada no canto, seus tornozelos sangram.
E a dor é menor do que parece, quando ela se corta, ela se esquece que é impossível
ter da vida, calma e força.
Vive em dor, ninguém entende. Tentar se forte a todo e cada amanhecer.
... Não me olhe assim com esse semblante de bom samaritano cumprindo seu dever como se eu fosse doente, como se toda essa dor fosse diferente ou inexistente.
Nada existe pra mim. Não tente. Você não sabe,não entende.

E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito, Clarisse sabe que a loucura está presente, e sente a essência estranha do que é a morte, mas esse vazio ela conhece muito bem.
De quando em quando é um novo tratamento, mas o mundo continua sempre o mesmo...
A falta de esperança e o tormento de saber que nada é justo e pouco é certo e
que estamos destruindo o futuro, e que a maldade anda sempre aqui por perto.

Clarisse está trancada no seu quarto,
com seus discos e seus livros, seu cansaço.
Eu sou um pássaro, me trancam na gaiola e esperam que eu cante como antes.
Eu sou um pássaro, me trancam na gaiola,

mas um dia eu consigo existir, e vou voar pelo caminho mais bonito.

Nenhum comentário: